Atividades

Ação publica

No dia 8 de Janeiro, fomos à escola básica de Vila Nova de S. Bento realizar um ação publica às turmas do 8º ano, com o objetivo de sensibilizar os alunos sobre os recursos hídricos.
Para a apresentação utilizámos um documento em power point e dois vídeos, que retratavam os principais problemas que ameaçam os recursos hídricos.  Quando a apresentação terminou dividimos a turma em grupos para a realização de dois jogos, que se encontravam dentro do tema do trabalho.
recursos hidricos


Ciclo da água


Escassez de água e seca




Sopa de letras



Palavras cruzadas

Fig1-
Inicio da apresentação

Fig2-
Apresentação do ciclo hídrico

Fig3-
Alunos a realizar os jogos

Fig4-
Correção dos jogos



Quando terminámos a nossa sessão pedimos aos alunos e as professoras que a avaliassem com o documento que tínhamos elaborado para o efeito.



Avaliação para os alunos

Avaliação para as professoras

Avaliação para as professoras

Aqui ficam os resultados obtidos após o tratamento dos dados da avaliação dos alunos.







 A maioria dos alunos gostaram muito da palestra, acharam que os alunos dinamizadores se saíram bastante bem. Grande parte afirma ter aprendido muito acerca do tema em questão, e diz  estar muito mais interessado em mudar os hábitos em casa, promovendo a poupança de  água. 





Entrevista sobre a utilização da água dos barrancos e do poços

Com os principais objectivos de conhecer as formas de abastecimento de água no terrenos agrícola e as formas de captação mais utilizadas, realizámos dez questionários às pessoas com terrenos dentro da freguesia de Vila Nova de S. Bento. Obtivemos os seguintes resultados.









Resultados das entrevistas:
Colocámos aqui os resultados das 10 entrevistass que realizámos a pessoas com terrenos para fins agrícolas, pecuários e outros, perto de Vila Nova de S. Bento.
Como podemos ver algumas pessoas aproveitam o barranco que passa nos seus terrenos para uso agricultura ou pecuário, nunca para consumo humano. Também se conclui pelos resultados das entrevistas, que algumas pessoas retiram água dos poços e dos furos à mão.
A maioria das pessoas não conhece o poço da cova do homem. Já os Barrancos em estudo são do conhecimento da maioria dos inquiridos (barranco do aterro e da zona industrial).





















Os que responderam não, declararam que o barranco está sem água nos meses de Verão.

Os que responderam sim, utilizam essa água para regar as hortas e dar de beber aos animais.

Os que responderam sim, comentaram que o barranco está poluído.

Os que reponderam sim, disseram que já usaram essa água para lavagem de automóveis e para a agricultura.

Os que responderam sim, comentaram que estava poluído, degradado e que precisa de uma limpeza. 


Os que responderam sim, comentaram que o barranco estava razoável, mas que precisa de uma limpeza. 













Analises à água dos locais em estudo

No dia 26 de Novembro fomos para o laboratório de Biologia da Escola Secundária de Serpa, realizar análises a água do poço e do barranco do aterro em estudo.
Segundo o Decreto-lei 306/2007, de 27 de agosto, os valores paramétricos para a água destinada ao consumo humano, são os seguintes:




Parâmetro

Valor Paramétrico

Unidades de medida

Cloretos

200

mg/l

Dureza total

0

mg/l

Ferro

0,1

mg/l

Nitrato

50

mg/l

pH 25º

6,5 - 8,5

pH

Turvação

4

UNT

Sulfato

250

mg/l


Os valores da análise das nossas águas foram:


Analises

Barranco da zona Industrial

Poço da Cova do Homem

PH

5,9

6,5

Fosfato

4 mg/l

3 mg/l

Sulfato

10 mg/l

10 mg/l

Ferro

0

0

Cloretos

0

0

Nitrato

30 mg/l

20 mg/l

Dureza

Pouco Dura

Pouco Dura

Turvação

2,46

0,48

Podemos concluir que através das análises que foram realizadas que a água de ambos os locais estão dentro dos valores paramétricos definidos para a maioria das análises efetuadas. O parâmetro mais preocupante é o pH, uma vez que se mediu o valor 5.9 na água do barranco, que se encontra abaixo dos valores permitidos - entre 6,5 - 8,5. Verificámos ainda que a água do poço está mesmo no limite inferior permitido para o pH, o que a torna não aconselhável para o consumo humano.

O fosfato, não apresenta perigo para a saúde humana, mas é prejudicial para o ambiente.

A partir das observações realizadas ao microscópio ótico, pudemos observar que na água do poço se encontravam restos de algas e algumas bactérias. Na água do barranco pudemos observar protistas e bactérias.

Devido à falta de equipamento não foi possível determinar quantitativamente ou qualitativamente quais as bactérias presentes nas nossas amostras de água.



A concentração das várias substâncias tem diferentes significados e consequências.
Teste do Sulfato

O sulfato está largamente presente em águas naturais numa vasta gama de concentrações. Não é tóxico, mas tem que ser mantido abaixo de um certo limite, de modo a prevenir a criação de um gosto desagradável da água. As concentrações são particularmente altas perto de águas com descargas mineiras. O sulfato é extensamente usado como nutriente na agricultura.

Fig.1 Resultado do teste de sulfato da água do poço e do barranco

Teste do Nitrato

Os iões de nitrato estão presentes em pequenas quantidades em águas de superfície e em níveis mais elevados em algumas águas subterrâneas. Em águas residuais domésticas o nitrato encontra-se apenas em pequenas quantidades, mas se o nível for excessivo podem contribuir para metamoglobinemia: morte em crianças e adoecimento em adultos.


Teste do Cloreto

Os iões de cloreto são um dos maiores aniões orgânicos na água e nas águas residuais. Apesar das altas concentrações de cloretos na água não serem tóxicas para os humanos, a regulamentação da sua concentração é devido principalmente ao paladar. É essencial supervisionar a concentração de cloretos em sistemas de caldeiras de modo a prevenir danos nas partes metálicas. Em níveis altos, os cloretos podem corroer aço inoxidável e ser tóxicos para as plantas

Fig2 - Teste dos cloretos da água do poço e do barranco

Teste da dureza

No passado, a dureza da água foi definida como a capacidade da água para precipitar sabão. Descobriu-se mais tarde que as espécies iónicas que causam a precipitação eram o cálcio e magnésio. Presentemente portanto, a dureza da água é na realidade uma medição quantitativa desses iões na amostra de água. A medição e consequente controlo da dureza da água é essencial para prevenir a deterioração e obstrução de canos de água.

Fig3 - Resultado do teste da dureza da água do barranco e do poço

Teste do Fosfato

Os Fosfatos são amplamente introduzidos no ambiente a partir de fertilizantes agrícolas, produtos de limpeza e de lavagem, acondicionadores de caldeiras e tratamentos de água potável.

Em níveis altos, os fosfatos estimulam o crescimento de organismos fotossintéticos que podem contribuir para eutrofização dos lagos e rios. Isto leva a que seja importante supervisionar e controlar as descargas de fosfato no ambiente.
Fig.4 -Resultado do teste de Fosfato da água do poço

Teste do Ferro

De uma forma geral, as águas subterrâneas e superficiais não contêm mais do que 1 m/L (ppm), mas devido ao escoamento de águas em zonas mineiras e industriais, já se observaram níveis mais altos de ferro.

O Ferro na água é mais um incómodo do que um perigo, podendo manchar a roupa e dar à água um sabor amargo-doce.

Fig.5 - Resultado do teste de Ferro da água do poço

Teste do pH

Representa a grandeza físico-química potencial hidrogénica ou potencial de hidrogénio iónico, visto ser calculado a partir da concentração de iões hidrogénio (H+) numa solução. A partir do valor do pH descobre-se o grau de acidez ou basicidade/alcalinidade dessa mesma solução.

Fig. 6 - pH do barranco


Teste da turbidez

Turbidez, ou turvação, é uma propriedade física dos fluidos que se traduz na redução da sua transparência devido à presença de materiais em suspensão que interferem com a passagem da luz através do fluido.
Fig.7 – Resultado do teste de turbidez da água do poço.
Saída de campo à ETAR de Serpa
No dia 7 de Novembro de 2012 fomos visitar a ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) de Serpa com o objetivo de compreender como são tratadas as águas residuais.
A ETAR só funciona há 2 anos, desde Setembro de 2010, era a Câmara Municipal de Serpa a responsável pelas águas residuais produzidas na cidade  
Atualmente, o caudal de entrada de águas residuais na ETAR de Serpa é de cerca de 800 m3/dia.
A ETAR possui uma licença que lhe permite realizar descargas no barranco Cheixou, um afluente do Enxoé, que por sua vez vai desaguar no Guadiana.
Os problemas mais graves que podem surgir numa ETAR são a morte das bactérias, as descargas anormais e as falhas eléctricas. Até à data em Serpa ainda não surgiram nenhum desses problemas.
A identidade responsável pela gestão destes equipamentos é as Águas Públicas do Alentejo.
Na ETAR de Serpa a água é tratada através dos seguintes processos: obra de entrada, decantador, vala de oxidação, tratamento terciário - filtração, desinfeção por ultravioleta, e espessamento das lamas.
O tratamento consiste no arejamento prolongado, onde se utilizam microrganismos para remover a matéria orgânica. As bactérias são utilizadas como decompositores. A água necessita de um nível médio de oxigénio para que as bactérias aeróbias se mantenham vivas e se possam desenvolver.
Na ETAR os filtros só são lavados quando entopem.
Processo de tratamento de águas residuais:
Obra de entrada – A água que chega a ETAR, passa pelo tamisador, onde são recolhidos os resíduos sólidos para um contendor, que depois são encaminhadas para um aterro. Ainda na obra de entrada é realizado o desengorduramento e desarenamento que consistem em retirar a gordura e a areia da água.
Vala de oxidação – Encontram-se as bactérias aeróbias que decompõem a matéria orgânica. Na vala de oxidação é realizada o teste do cone Imhoff, que consiste em encher o cone até um litro com água da vala, depois deixa-se repousar durante uma hora para dar tempo da lama assentar, com o objetivo de perceber o seu nível. Quando estão acima dos 700ml, as lamas  vão para o espessador, quando estão abaixo dos 700ml voltam para a obra de entrada.
Decantador - A água depois de vir da vala de oxidação é colocada no decantador e deixa-se repousar, para que as lamas possam ficar no fundo, e as lamas menos densas acabem por ficar à superfície. A água que surge do processo de decantação é utilizada no tratamento terciário, onde a água passa pelos filtros de telas, e são desinfetadas através de raios ultravioleta, para que a água possa ser descarregada no barranco Cheixou. As lamas vão para o aterro.
Espessamentos das lamas - As lamas entram pela parte de trás do espessador, onde é adicionado um polímero que facilita a desidratação, para que os residos possam ir para o aterro com o mínimo de água possível.



Fig.1- Obra de entrada

Fig.2- Obra de entrada , tamizador

Fig.3 Obra de entrada desarnamento

Fig.4- Obra de entrada

Fig.5- Obra de entrada, descarga  de lamas


Fig.6- Vala de oxidação

Fig.7- Teste do cone Imhoff

Fig.8- Vala de oxidação

Fig.9- Decantador



Fig.10- Filtros

Fig.11-Tratamento por ultravioleta


Fig.12- Espessadores

Fig.13- Espassamento das lamas

Fig.14- Lamas para  o aterro


Entrevista com a Sra. Engenheira do Ambiente, Teresa Ramalho

No dia 24 de Outubro fomos ao estaleiro da câmara realizar uma entrevista à Sra. Engenheira Teresa Ramalho. Aqui ficam as informações obtidas.
A disponibilidade de água é a mesma em todas as freguesias do concelho, só a origem é que é diferente.
A câmara é responsável pela gestão em baixa, pela qualidade da água da saída do reservatório até à casa dos utentes.
Atualmente a câmara municipal não é responsável pela definição de medidas de proteção e preservação dos recursos hídricos.
A maior parte da água consumida no concelho de Serpa é para o uso doméstico.
Um estudo realizado anualmente demostra que o consumo de água no concelho de Serpa está dentro da média a nível nacional. 
Um dos grandes problemas que afetava a albufeira do Enxoé, eram as propriedades vizinhas cujo gado ia beber às linhas de água, deixando os seus dejetos, poluindo a água. Também a agricultura causa problemas a nível dos nitratos utilizados adubos, que iam para as linhas de água, contribuindo para o efeito de eutrofização.
 Atualmente não existem problemas em relação à quantidade de água e a sua qualidade tem vindo a melhorar.
Perguntas realizadas na entrevista:

  1. Conhece o estado do barranco que passa junto à Zona Industrial de Vila Nova de S. Bento e outro barranco que passa ao lado do aterro? Se sim. O que tem a dizer sobre o seu estado.
Sim! Necessita de uma limpeza a nível de desmatação.

  1. Consoante as águas superficiais ou subterrâneas, o tratamento para consumo é igual? Se não, quais as diferenças?
A diferença é que as águas subterrâneas não estão muito poluídas como as superficiais, não existem tantos resíduos sólidos nas águas subterrâneas.

  1. Porque é que a água da rede pública por vezes, apresenta uma cor amarela ou acastanhada?
O problema está em algumas canalizações mais antigas, que acabam por sofrer roturas, o que provoca a mistura com alguns sólidos com a água provocando assim a sua cor.
  1. A água da rede no concelho vem de recursos hídricos superficiais ou subterrâneos?
A água da rede pública do concelho de Serpa vem de ambas.






Visita de estudo à ETA Enxoé


No passado dia 17/10/2012 fomos fazer uma visita à ETA do Enxoé. Aqui ficam as informações fornecidas pela Sra. Engenheira Angela Valadas.

A conclusão da barragem foi em 1998.
A cota máxima é de 176m, atualmente está a 133m.
Em 2004, começou a degradação da água, derivado a várias fontes de poluição, como por exemplo:
            -Grande desenvolvimento de algas, cianobactérias;
            -Descargas da ETAR de Val de Vargo;
            -Lagos de retenção da Abóbada;
            -Gado.
Existem três categorias para caracterizar a qualidade da água, A1, A2 e A3. A categoria da qualidade da água da barragem do Enxoé é considera A3, de má qualidade de acordo com o decreto lei 236/90 1 de Agosto. A sua capacidade de armazenamento é de 12.5 hm^3 e o seu volume morto é de 0.9 hm^3.
Em 2006/2007 a ETA da barragem do Enxoé fez parceria com a EDIA que foram realizados protocolos para proteção e prevenção do aumento da poluição da água. Com base nesse protocolo foram tomadas medidas, tais como:
            -O reforço das vedações;
            -Plano de ordenamento;
            -Valas para escorrências de água em que o gado teve contacto;
            -Dragagem em volta da torre de captação
Neste momento, a barragem está a 80% da sua capacidade máxima. Quando a barragem passa da sua capacidade máxima a água é descarregada por o descarregador de superfície, descarga de fundo ou na torre de captação. As medidas mais vezes tomadas para a captação de água é a de superfície e a torre de captação, a captação de fundo está desativada á 10 anos. Dependendo da qualidade da água vai-se alternando as formas de captação. A descarga para o caudal ecológico no verão é de 0.50 l/seg. e no inverno é de 1.7l/seg..
O abastecimento em alta é a captação, o tratamento, a adoção (transporte) e o armazenamento.
O abastecimento em baixa é a água que sai do reservatório para a casa do consumidor.

Atualmente a quantidade de água captada é de 180000 l/h, 4 milhões por dia.
A capacidade de tratamento da ETA é de 225m^3/h, para abastecer totalmente as povoações era preciso 300m^3de água.
O processo de tratamento começa com a saída da água da albufeira por adoção gravítica, vai até á válvula de ajuste, passa pela pré oxidação (dióxido de cloro), passa pelo tanque de arejamento (oxidação de ferro e manganês) e trocas gasosas entre a água e o ar. Depois vai para o 1º tanque de oxidação de óxido de cloro, de seguida passa para a 2º câmara de mistura onde adicionam o coagulante, a sua função é juntar as partículas e por ultimo passa para o 3º tanque de mistura, ai o agitador é lento e tem como objetivo os flocos crescerem para depois os decantarem. Na saída adicionam um flocolagulante que faz com que os flocos cresçam. A medida que a água sai vai-se distribuindo por dois decantadores onde se adiciona o carvão ativado em pó. Este carvão é um adsorvente e faz com que o ferro e o manganês fiquem na superfície. Logo de seguida é a decantação, fase sólida e liquida. A fase sólida é as lamas que vão para o aterro de Beja. A filtração é feita no fundo dos tanques com areia. Estas areias fazem com que as partículas ficam lá agarradas. De 8 em 8 horas os filtros são lavados com água e ar comprimido. As areias são renovadas de 5 em 5 anos. Para a lavagem dos filtros gasta-se cerca de 20000l de água. A capacidade de cada cisterna é de 2040m^3 de água. Como o dióxido de cloro se vai degradando ao longo do tempo inicialmente coloca-se 0.1g/l e á saída do reservatório o normal é de 0.6g/l para chegar a nossas casas a 0.2g/l. As lamas são separadas numas cisternas.
As lamas que resultam da captação subterrânea, de baixo teor são descarregadas na ribeira do Enxoé e as e alto teor vão para o aterro de Beja. A adução, o funcionamento é automático, mas no entanto tem que haver sempre um operador que lava os filtros, vigia os processos todos e preparas os reagentes.
No final dos tratamentos têm de haver analises que seguem os seguintes parâmetros: pH, ferro, manganês, alumínio, turvação, dióxido de sódio e azoto amoniacal. O único concelho que o transporte de água tem de ser bombeado é para o concelho de Serpa, para o concelho de Mértola é por força da gravidade. No final da visita alguns alunos poderam “brincar” a fazer análises de turvação e saber o pH da água da torre de arejamento e da água da cisterna.


Fig.1-ETA do Enxoé

Fig.2-Descarga de superficie da barragem do enxoé

Fig.3-Casa das bombas 

Fig.4-Torre de arejamento

Fig.5-Decantadores

Fig.6-Mistura de carvão ativado com água

Fig.7-Lavagem dos filtros

Fig.8-Experiências

Fig.9-Ánalises da água





Corredores ripícola, o que são?


Os corredores ripícolas constituem um sistema de interface entre o meio aquático e o meio terrestre (ecótono). São reconhecidos pela importância que têm nas paisagens onde se inserem. Estes habitats são responsáveis não só pela manutenção da qualidade da água, uma vez que a vegetação aí presente atua como filtro que retém a poluição difusa, mas também pela regulação da sua temperatura e redução dos riscos associados à erosão. Além disso, contribuem para a existência de uma elevada biodiversidade uma vez que oferecem uma elevada heterogeneidade estrutural e inúmeros recursos para a vida selvagem.

Uma das principais funcionalidades é a de suporte ecológico de comunidades bióticas. Várias espécies de mamíferos, insetos, aves, macroinvertebrados aquáticos, peixes, anfíbios, entre outros, utilizam e dependem diretamente ou indiretamente das galerias ribeirinhas nas suas várias vertentes: habitat, repouso, refúgio, reprodução e alimentação.

Um bom corredor ripícola, cria o contacto entre populações e permite a migração de indivíduos no seu interior, este aspecto está dependente de factores estruturais, como a largura da galeria, o modo de ocupação do espaço aéreo (ou seja, a distribuição de estratos) e radicular, a heterogeneidade florística e a continuidade longitudinal.

Também de grande importância em climas mediterrânicos, assegurando a retenção de sedimentos provenientes da elevada erosão hídrica decorrente do regime torrencial de caudais e contribuindo para a estabilização das margens.

A interface entre dois sistemas o meio aquático e o terrestre permite a atuação das galerias como zona-tampão de nutrientes e substâncias tóxicas provenientes de atividades agrícolas e industriais das áreas confinantes, além de incorporar material e organismos de ambos os ecossistemas.



Um mau corredor ripícola, não consegue manter o contacto entre populações de várias espécies no seu interior, o que não é favorável para a biodiversidade do local.

A vegetação ripícola composta por espécies exóticas ou invasoras, é presentemente a maior ameaça à biodiversidade dos ecossistemas ribeirinhos, pois alteram profundamente o coberto natural de muitas encostas de cursos de água, invadindo muitas vezes o próprio corredor ribeirinho.

Mas se por sua vez se a vegetação das margens estiver removida a força da água vai acabar por provocar a queda das margens, portanto, é preferível ter espécies invasoras do que não ter vegetação a segurar o solo.


A seguinte imagem, demostra como podemos gerir um corredor ripícola e as suas vantagens e desvantagens.

fig. 1 como gerir o corredor ripícula






Comparação entre os barrancos escolhidos para a realização do projeto e o corredor ripícola da Ribeira do Enxoé


Os barrancos escolhidos para a realização do projeto foram o barranco que passa pela Zona Industrial e o barranco que passa junto ao aterro de Vila Nova de S. Bento. A Vegetação que se encontra com mais densidade no barranco que passa junto a zona industrial é silvas (Rubus ulmifolius) e uma figueira (Ficus Carica). A largura da margem da esquerda é de 2,56m e da margem direita é de 1,85m. A largura entre as margens é de 5,51, sendo 1,10m a largura do caudal do barranco no sítio de estudo. Retiramos uma amostra de água do barranco e não tinha cheiro e era incolor.

No barranco que passa junto ao aterro de Vila Nova de S. Bento, a sua vegetação é constituída por silvas (Rubus ulmifolius). A largura da margem da esquerda é de 0,87m e da margem direita é de 1,23m. A largura entre as margens é de 3,24m, sendo 1,14m a largura do caudal do barranco no sítio de estudo. Retiramos uma amostra de água do barranco e apresentava cheiro e cor.


Fig.1- barranco que passa pela zona industrial de Vila Nova de S. Bento

Fig.2- barranco que passa junto ao aterro de Vila Nova de S. Bento

Fig3- Ribeira do Enxoé

Fig.4- Ribeira do Enxoé











Saída de campo à ribeira do Enxoé

O principal objetivo desta saída de campo, foi comparar a ribeira do Enxoé com os nossos barrancos em estudo, adquirindo informação sobre as características de um bom e mau corredor ripícola, e os seus efeitos sobre a ribeira e sua biodiversidade.
Na saída de campo à Ribeira do Enxoé pudemos observar tipos diferentes de corredores ripícolas e a sua importância.
As principais vantagens do corredor ripícola são: a diminuição do risco de erosão; a vegetação ajuda a que a água corra mais devagar, o que ajuda a infiltração da água no solo, contribuindo para a manutenção dos níveis dos lençóis de água. Um bom corredor ripícola contribui muito para a biodiversidade de plantas e animais.
Visitámos dois corredores ripícolas diferentes, mas na mesma ribeira.
No primeiro local que visitámos, verificámos pontos onde não havia vegetação o que causou uma forte erosão nas margens, e noutros a vegetação é constituída apenas por canaviais e silvados.
Também registámos uma espécie invasora, o eucalipto, que liberta uma substância que impede que mais alguma vegetação cresça em seu redor, e como crescem muito rapidamente retiram bastante água do solo o que prejudica a vegetação típica da região.
A temperatura da água registada da primeira paragem foi de 13°C, o corredor ripícola neste local mede 16.3m excluindo a largura entre as margens que medem 6.5m.
Os canaviais e os silvados não representam um bom corredor ripícola, pois, não contribuem para a biodiversidade, embora ajudem a diminuir o risco de erosão. 
O segundo local que visitámos era um bom corredor ripícola, pois o solo não mostrava erosão, não houve intervenção humana e havia muita biodiversidade de plantas.
A temperatura da água registada da segunda paragem foi de 17°C, o corredor ripícola é de 33.7m, excluindo a distância entre as margens que medem 5m.



Fig.1- Ribeira do Enxoé
Margens erodidas
Fig. 2 Ribeira do Enxoé 











 
Fig. 3 Ribeira do Enxoé
Medição da temperatura(13°C)










Fig. 4 Ribeira do Enxoé
Erosão das margens 





Fig. 5 Ribeira do Enxoé- 1º paragem 












 Fig. 6 Ribeira do Enxoé 2º paragem
















 Fig. 7 Ribeira do Enxoé 2º paragem







 




Fig. 8 Salgueiro, árvore que faz parte de um bom corredor ripícola




Espécies encontradas na primeira paragem na Ribeira do Enxoé:

Espargueira- Asparagus acutifolius
Eucalipto- Eucalyptus sp.
Aroeira- Lithraea molleoides
Silva- Pistacia lentiscus
Loendro- Nerium oleander
Cana- Cannaceae sp.



Espécies encontradas na segunda paragem na Ribeira do Enxoé:


Silva- Pistacia lentiscus
Mantraste-
Agrião- Cardamine amara
Salgueiro- Salix sp.
Tabuas-
Freixo- Fraxinus excelsior
Loendro-Nerium oleandrer
Vinha selvagem-Vitis vinifera
Lianas-
Faia- Fagos sglvatica
Trovisco- Paphne gndium
Espargueira – Aspáragos acutifólios



















Sem comentários:

Enviar um comentário